As docentes de Psicologia da UniPiaget, Catarina Cardoso e Elisângela Barros, alertaram hoje para a importância da reorganização das rotinas, enquanto prioridade à manutenção saudável da saúde mental em tempos de pandemia.
O alerta foi dado durante uma entrevista para a Web-TV da Universidade, espaço que desta feita abordou “Os efeitos emocionais causados pelo isolamento social, uma das consequências da pandemia do COVID-19”.
O isolamento social que se tornou tão importante para controlar o surto de coronavírus está a exigir uma atenção especial em questões relacionadas com a saúde mental.
Conforme a psicóloga Elisângela Barros, da área da Psicologia Clínica, “durante o isolamento social, uma boa dica é aprender o que fazer com o nosso tempo e com o nosso humor”.
“Em alguns dias você estará mais tranquilo e com vontade de fazer coisas e em outros dias não. Respeite isso, mas não se deixe paralisar. Tente organizar a sua rotina. Fazer planeamentos diários e semanais e manter os estudos em dia. Estas são formas saudáveis de criar distrações, exercitar o corpo e a mente e fazer as tarefas de que precisa", aconselha Elisângela Barros.
Catarina Cardoso, da área da Psicologia Educacional, identifica a desorientação tensional como um dos primeiros efeitos da quarentena. A pessoa sente-se mais confusa, menos concentrada, muito mais cansada, segundo disse.
“As mudanças de hábitos ocorreram muito rapidamente e algumas pessoas podem sentir-se angustiadas e desorientadas”, disse a docente e psicóloga que, como muito dos cabo-verdianos, teve também de mudar sua rotina.
“É preciso ter hora para se levantar, fazer as refeições e tirar tempo para lazer juntos dos familiares, sem esquecer as crianças, a parte que ainda continua com fortes restrições” – alertou Cardoso.
Outro ponto abordado pelas psicólogas durante a entrevista são as alterações emocionais em diferentes grupos sociais.
O primeiro a alteração emocional de quem nunca foi ansioso, mas que passa a ter ansiedade, nunca teve insônia, mas fica com dificuldades em dormir, apresenta reações muito agressivas ou irritadas, ou então começa a sentir-se confuso ou desorientado.
Do outro lado estão pessoas cujos efeitos da quarentena intensificarão as dificuldades e fragilidades que já estavam presentes antes. Por exemplo, para pessoas que sofrem de ansiedade e de outras crises emocionais e que num curto período de tempo viram as suas vidas mudarem pela negativa.
Todas essas alterações, de acordo com as psicólogas Elisângela Barros e Catarina Cardoso, podem pôr em causa os nossos comportamentos, mesmo após o desconfinamento e pôr em causa o aumento de casos positivos de COVID-19 em Cabo Verde.
A entrevista está disponível na WEB-TV da UniPiaget
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